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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Playtime e a França das décadas de 60 e 70.


Bom...depois de algumas discussões a respeito do filme ( e que discussão!), foi proposto a atividade para falar sobre as influências das escolas de design na arquitetura, no design e urbanismo da França nas décadas de 60 e 70.

Aqui vai a atividade sobre a mesma. (Marcos Sussumu Togo)

"Fazendo uma análise mais detalhada sobre a França nas décadas de 60 e 70, observamos como foi forte a influência das escolas de design sobre a mesma.
O filme em si, de um modo geral, aborda questões como o modernismo e o funcionalismo, sendo tudo minuciosamente muito bem estruturado.
O modernismo, que foi o conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX, baseava-se de que as formas “tradicionais” das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas e que se fazia fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura.
Tendo como ponto de partida o filme do diretor Jacques Tati, “Play Time – Tempo de diversão”, nota-se a forte influência que as escolas de design causaram na vida e na arquitetura francesa. No filme, apesar de ser apenas uma cidade fictícia, retrata os edifícios todos feitos de ferro e vidro, recorrendo assim às novas tecnologias, novos materiais e técnicas, remetendo então ao modernismo, movimento em questão criticada no filme. Durante todo o decorrer do filme é reforçada a repetição de elementos, tanto de carros, prédios e assentos, acontecimento recorrente da arquitetura funcionalista, que se desenvolve com a utilização de materiais industrializados e produzidos em série, reduzindo assim sua forma em função dos novos materiais às linhas retas e rígidas. Essa repetição e padronização são muito bem empregados no filme. Exemplos disso são as cenas onde aparecem os escritórios como pequenos cubículos exatamente eqüidistantes uma da outra, reforçando a idéia da Escola Superior da Forma de Ulm, que tinha como filosofia a frase “ A forma segue a função”. Também temos a parte que aparecem os carros todos iguais e estacionados igualmente um do lado do outro, repassando assim a idéia da padronização que existia na época.

Enfim, assim como na França, outros países também sofreram grandes influência causadas pelas escolas de design que existiram com o passar do tempo, tanto da antiga Bauhaus, da Escola de ULM, e de tantas outras escolas que começaram a existir e que tomaram grandes proporções na década de 70, o verdadeiro “boom” do design, mundialmente falando."

"Lucas Boeing Eastman"

O filme “Play Time” de Jacques Tati faz um paralelo visível entre as escolas de design alemãs (ULM e Bauhaus, não necessariamente nessa ordem) e o design e arquitetura da França da década de 60. Idéia do filme é mostrar de maneira um tanto satírica, as mudanças na sociedade da época com a chegada de máquinas e tecnologia.

Podemos observar no decorrer da história, a padronização dos objetos de uso comum como os carros, todos iguais, que se espalham pelas ruas. Esse fato se dá pela produção em série, que uniformizou os produtos. Os prédios eram arranha-céus que se perdiam no infinito. Simples e compostos por linhas geométricas, feitos de variados metais (aço e alumínio, entre outros) e vidro, que compunha as grandes janelas, que deixavam passar a luz do sol.

Os espaços internos das construções não traziam decorações: eram as mais simples possíveis, paredes brancas, cubículos idênticos onde os empregados deveriam sentar em frente as sua máquinas, e trabalhar o dia inteiro para voltar a seus prédios com apartamentos iguais aos dos seus vizinhos, independentemente do andar.

Todas as informações supracitadas servem para reforçar a idéia do modernismo e funcionalismo da França da época. O modernismo era um movimento que acreditava que as artes plásticas, design, arquitetura que no passado eram consideradas necessárias, agora eram obsoletas.

O funcionalismo pode ser resumido muito bem por uma frase do arquiteto Louis Sullivan, que também é o lema da ULM: “A forma segue a função.” Com isso, Sullivan queria dizer que em primeiro lugar devia se pensar na funcionalidade da estrutura a ser trabalhada, e não a forma. Por exemplo: Um prédio que fosse grande, com seus espaços bem distribuídos, seria automaticamente belo arquitetonicamente.

Mas a verdadeira crítica do filme é o fato das pessoas se tornarem tão uniformes quanto seus arranha-céus, seus carros e seus cubículos de metal. Até a forma de se vestir era igual, como se pode notar nos homens com seus chapéus e ternos.

Enfim, tudo na sociedade da época era simplificado e minimalista, “menos é mais”, diria o arquiteto Mies Van der Rohe, que foi professor da Bauhaus. Tudo que era necessário no design da época era que as estruturas, máquinas e até a sociedade, fossem funcionais. Hoje, alguns destes atributos perduram na sociedade moderna, especialmente as estruturas rígidas em edifícios vinculados aos governos e empresas mundo a fora.

Pode se dizer que podemos ficar aliviados por não vivermos numa sociedade mecânica como a apresentada no filme? Talvez. Mas será que vivemos de maneira tão diferente assim dos franceses dos anos 60? Ainda não somos “marionetes” da mídia que tenta nos uniformizar com suas modas e novidades do momento. Cabe a cada um de nós respondermos. Falando por mim, eu digo: Inclua-me fora dessa.




1 comentários:

salodesigner disse...

E aí meninos

que pouquinho...

o blog ta legal mas tão poucas postagens....

mandem ver..

salomão

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